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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Bienal do Livro [3]

Domingo, último dia de bienal. Minha pretensão era acordar cedo, sair de casa ao meio-dia, para pegar um lugar mais privilegiado no auditório e assistir a palestra do Maurício de Sousa. Acordei 10:30, o almoço saiu em cima do horário planejado, esperei meu irmão sair do banheiro e partimos rumo ao Centro de Convenções. Eram 12:20. Esperamos o ônibus - demorou - chegamos lá já era 12:45. Fomos em direção ao auditório, ainda com a esperança de ver uma fila não muito grande - tá, não tinha muita esperança. Faltavam apenas 45 minutos. Quando chego, vejo uma imensa fila que se estendia até o lado de fora. Mais uma vez, quebrei a cara.


Chegando na fila, vejo uma mulher conversando com uma das assistentes do evento, informando que a entrada das pessoas no auditório seria através de senhas. Pergunto quantas eram. A moça responde que apenas 1.000. Pensei: "Pronto! Já era!". Peguei o gibi que trouxe de casa, comecei a ler, ouvir música, sentei-me no chão, esperando o tempo passar e a fila andar. Depois de um tempo, coisa de 30 minutos, começam as primeiras movimentações. A fila era tão grande que parecia aquele jogo da cobrinha. Tinha umas quatro curvas.

Me aproximando da entrada, recebo minha senha. Número 467. Pois bem, já dentro do auditório, eu e meu irmão corremos para garantir logo nosso lugar nas primeiras fileiras. Por sorte conseguimos - tinha uma caixa de som no meio, mas deu pro gasto.
E a medida que o tempo passava, as pessoas entravam, mas realmente tinha muita gente. Todas as cadeiras ficaram ocupadas. Enquanto isso, era tocado o hino da Mônica repetidas vezes até a chegada da atração principal. "Sou a Mônica! Sou a Mônica! Dentucinha e sabichona!" Haha.

Com 30 minutos de atraso, o apresentador Dilson Pinheiro (TV Ceará) fez as saudações. Chamou ao palco o quadrinista, artista plástico e professor da UFC, Geraldo Jesuíno, que falou sobre a dificuldade em se trabalhar com quadrinhos no Brasil.



Logo após, na contagem de três, todos chamaram o nome de Maurício de Sousa. Muitos pensavam que ele ia aparecer no palco - como eu, rs. Eis que ele surge no meio da plateia, sendo aplaudido de pé.


Maurício contou como começou a trabalhar. Ele era repórter policial da Folha de S. Paulo. Relatou que, durante o trabalho, ele usava uma capa que nem o personagem Dick Tracy, no qual confessou ter lido muito. Depois viu que não era isso que ele queria. Ele queria desenhar. Foi transferido para o setor de quadrinhos do jornal. Também comentou sobre o mercado. Segundo ele o começo não é fácil. Contou também sobre a Turma da Mônica no exterior - revistas, desenho animados, licenciações, etc - como, por exemplo, na China, 180 milhões de crianças estão sendo alfabetizadas com as revistas da Turma. Entre algumas histórias vivenciadas ao longo de 50 anos de carreira, Maurício motivou os desenhistas que pretendem ingressar na carreira. "Não aceitem um não!". Seguiu-se uma salva de palmas. Depois, foram feitas perguntas do público. Ele adiantou projetos como uma animação em 3D para a Turma da Mônica Jovem utilizando dos mesmos recursos do filme Avatar.



Encerrada a palestra, ele se dirigiu para uma sala reservada para autografar e tirar fotos com os fãs que foram sorteados com a senha distribuída na entrada. Algumas pessoas tiveram a sorte. Outras não - foi o meu caso.

Arrependo-me de não ter aproveitado ao máximo a bienal. Só curti três dias. Estarei esperando ansiosamente o próximo. Me motivou ainda mais a ler. É um outro universo, sem dúvidas. Que venha o próximo!

sexta-feira, 12 de março de 2010

Os quadrinhos estão de luto. E a violência, banalizada.

Acordei, fui ao banheiro, me sentei no sofá, fui para o computador, acessei os portais de notícias e para começar muito bem o dia, vejo uma notícia que me deixou chocado.


Glauco, um dos maiores cartunistas do país, foi assassinado covardemente nesta madrugada. Também não perdoaram a vida de seu filho, Raoni, de 25 anos.

Com as últimas informações divulgadas ao decorrer do dia, não foram assaltantes que levaram a vida do cartunista e de seu filho. Foi alguém pior. Uma pessoa fraca. Que não conseguiu controlar seus próprios sentimentos. Se deixou levar pela loucura. Mesmo assim o que aconteceu continua sendo um motivo banal, torpe. Na verdade, ainda há controvérsias sobre o crime. O suspeito é conhecido da família, frequentava a igreja que Glauco foi um dos fundadores, a Céu de Maria. Acredita ser Jesus Cristo. É estudante, tem 24 anos, e está sendo procurado pela polícia até agora. Acho que já está bom. Chega de falar sobre o doente. O fato é que foi uma perda irreparável para o mundo dos quadrinhos. Admirava, e ainda admiro, seu trabalho.



Por volta dos meus 9 anos, eu revirava as revistas do meu pai e entre as edições das revistas de games, MAD, Chiclete com Banana, encontrei a do Geraldão, criado por Glauco. Li todas as que encontrei. Não entendia muita coisa, claro. As histórias são carregadas com uma forte e notável conotação sexual. Me despertou e muito a minha curiosidade na época. Nos livros de colégio, já vi algumas charges feitas por ele. Era um humor muito ácido, inteligente, mostrava a realidade na sua visão.

Laerte, Angeli e Glauco, para mim, os três maiores cartunistas do país. Agora só resta dois. Como disse o editor do Universo HQ, Sydney Gusman: "Glauco Villas Boas deixará uma lacuna que dificilmente será preenchida". Sem dúvidas, ele se imortalizou. Vão com Deus!