domingo, 28 de março de 2010

Reencontros e lembranças

Como todo sábado, me arrumo, saio de casa, vou encontrar os amigos. Me desloco em direção à parada de ônibus, olho para um lado, para o outro e um carro estaciona de frente a uma farmácia em que se localiza aquela parada.

Desce uma menina, conversa com uma senhora sentada ao volante, atende o celular, caminha em direção a parada, fica apenas poucos metros distante de mim. Dou uma olhada, e reconheço imediatamente. Era uma amiga que há muito tempo não a via. Desde a 3ª série não mantemos contato, só pelo msn, mas faz muito tempo que não falava com ela.

Olho para o carro e vejo uma senhora com seu olhar direcionado à mim. Pensei: "Ela me conhece. Deve ser a mãe". Fiquei com mais certeza ainda. Mãe e filha conversam até chegar o ônibus.

Lá se vem o ônibus. A menina dá o sinal para parar. Ela embarca e o ônibus parte. O carro vem em minha direção (não, não me atropelou, rs). A senhora dentro do carro pergunta:

- Você é o Marcelo, né?

- Sou sim! - Respondo

- Pois a Taís estava querendo falar contigo, mas ela achava que não era você. E também achou que você não iria ouvir, pois estava com o fone de ouvido. - Conclui a senhora

Fico sem jeito e disse que também fiquei com vergonha. Eu menti, faltou atitude de minha parte. Tinha certeza de que era minha amiga. Só faltou coragem para ir falar.

Finaliza a mãe:
- Reconheci você pelos seus olhos. Você era gordinho antes.

Me despedi e o carro vai embora. Fiquei com um sorriso besta no rosto. A partir daquele momento começou a rolar um "flashback" em minha mente.

Rever a Taís me fez lembrar dos bons momentos que passei estudando com ela e com os outros amigos que fiz, e que, infelizmente, perdi contato com alguns, do maternal até a 3ª série. Não dá para esquecer. Foram bons momentos em que daria qualquer coisa para voltar. Mesmo.

terça-feira, 16 de março de 2010

Quanto vale a fé?

Ultimamente tenho visto um verdadeiro programa de tele-vendas em canais religiosos. Vou citar a Igreja Mundial como exemplo. Sabemos que as madrugadas estão dominadas por pastores na televisão. Você muda de canal e vê um pastor pregando, no outro passa algum filme repetido, adiante mais outro pastor, e por aí vai. Mas uma coisa me chamou e muito a minha atenção.



Um cajado de plástico com um óleo, ou azeite, sei lá o que é aquilo, inserido, é prometido com uma benção. Para adquirir esse cajado (que na fábrica deve custar 10 vezes menos) a pessoa terá que desembolsar nada menos do que R$100,00.

Aí eu fico pensando: nos dias de hoje, a fé está sendo comercializada. Ora, se estão ofertando um cajado de plástico com óleo de cozinha prometendo milagres, eu posso pegar uma pedra, dizer que esta tem o poder de curar o câncer e cobrar o valor que eu quero. A pessoa pode receber alguma cura, ou benção com essa pedra? Talvez, mesmo sendo muito improvável. Mas não foi a pedra, e sim a fé daquela pessoa que possibilitou esta conquista. Os próprios pastores evangélicos pregam muito isso. Tem que ter fé.

Mas uma coisa é você receber alguma benção diretamente da fé do que depositar fé em um objeto e ainda ter que pagar por isso.

Exemplo: se alguém pretende buscar um emprego, mas vê que a coisa está difícil, recorre a alguma igreja e lá dizem que somente com a "garrafa sagrada" você terá o que procura, mas terá que pagar uma quantia por isso. A pessoa paga, leva a garrafa para casa, e no outro dia ela consegue seu tão querido emprego. Agora, foi a garrafa que trouxe o emprego? Uma garrafa tem todo esse poder? Claro que não! Foi a confiança dessa pessoa que proporcionou a sua conquista. Se quisesse, esta pegaria qualquer coisa, depositaria fé nela e mesmo assim poderia obter o que queria. Sem precisar pagar absolutamente nada. Quem não captou a mensagem favor comentar logo abaixo, rs.

Na minha concepção, isso é comercializar a fé alheia. Normal para uma igreja que é comandada por um ex pastor da IURD. Pastor este que também acusa o líder de sua concorrente de vários crimes. Aprendeu muito, hein?

Toalhinhas, bálsamo, chaves, cajados...será que tudo isso tem poder? Pode até ter. Mas é o que eu estou dizendo: é a fé que é depositada nesses objetos que pode trazer a benção. São objetos inanimados, sem nenhum poder de cura, que são oferecidos a preços exorbitantes. Dizem que ninguém é obrigado a adquirir estes objetos. Mas sempre conseguem convencer. Com a lábia.

Podem até achar que eu persigo os evangélicos. Não é isso. Apenas condeno estas práticas impostas pelos líderes evangélicos. Gosto de observar certas coisas com bastante atenção.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Os quadrinhos estão de luto. E a violência, banalizada.

Acordei, fui ao banheiro, me sentei no sofá, fui para o computador, acessei os portais de notícias e para começar muito bem o dia, vejo uma notícia que me deixou chocado.


Glauco, um dos maiores cartunistas do país, foi assassinado covardemente nesta madrugada. Também não perdoaram a vida de seu filho, Raoni, de 25 anos.

Com as últimas informações divulgadas ao decorrer do dia, não foram assaltantes que levaram a vida do cartunista e de seu filho. Foi alguém pior. Uma pessoa fraca. Que não conseguiu controlar seus próprios sentimentos. Se deixou levar pela loucura. Mesmo assim o que aconteceu continua sendo um motivo banal, torpe. Na verdade, ainda há controvérsias sobre o crime. O suspeito é conhecido da família, frequentava a igreja que Glauco foi um dos fundadores, a Céu de Maria. Acredita ser Jesus Cristo. É estudante, tem 24 anos, e está sendo procurado pela polícia até agora. Acho que já está bom. Chega de falar sobre o doente. O fato é que foi uma perda irreparável para o mundo dos quadrinhos. Admirava, e ainda admiro, seu trabalho.



Por volta dos meus 9 anos, eu revirava as revistas do meu pai e entre as edições das revistas de games, MAD, Chiclete com Banana, encontrei a do Geraldão, criado por Glauco. Li todas as que encontrei. Não entendia muita coisa, claro. As histórias são carregadas com uma forte e notável conotação sexual. Me despertou e muito a minha curiosidade na época. Nos livros de colégio, já vi algumas charges feitas por ele. Era um humor muito ácido, inteligente, mostrava a realidade na sua visão.

Laerte, Angeli e Glauco, para mim, os três maiores cartunistas do país. Agora só resta dois. Como disse o editor do Universo HQ, Sydney Gusman: "Glauco Villas Boas deixará uma lacuna que dificilmente será preenchida". Sem dúvidas, ele se imortalizou. Vão com Deus!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Olimpíadas de Inverno: Tem gente que pensa que pode ser realizada uma no Brasil

Só fui tomar conhecimento das Olimpíadas de Inverno a partir de 2008, quando a Record começou a divulgar que era detentora das transmissões de Vancouver 2010 e Londres 2012. Sempre acreditava que essa transmissão não iria dar bons resultados, acabei "quebrando a cara", rs. A transmissão dos jogos deram uma audiência significativa para o Canal 7 de São Paulo, chegando a duplicar e até triplicar a audiência em alguns horários. A Record apostou nas fichas certas. A cobertura não foi das piores e também não foi das melhores, mas foi bom para quem não transmitia as olimpíadas desde 1996 em Atlanta-EUA.

A Globo sempre deteve os direitos de transmissão dos jogos de inverno, era como um "adicional" quando adquiria as Olimpíadas de Verão (que até então só conhecíamos essa), mas com receio da reação do público de um país tropical, onde somente pelas "bandas" do extremo sul neva de vez em quando, ela sempre optou por não transmitir na TV aberta. Se deu mal...

Somente nos canais fechados das Organizações Globo era que se podia acompanhar os jogos, mas sabemos que nem todos tem condições de pagar uma TV por assinatura. No GloboEsporte.com, uma tímida cobertura, dá nem gosto acompanhar. Parabéns à Record, parabéns aos jornalistas, aos técnicos, todos que se empenharam para realizar a transmissão. Estou com expectativas elevadas para os próximos eventos, Pan de Guadalajara 2011 e Olimpíadas de Londres 2012. Vai ser esquisito assistir eventos olímpicos em um canal que há décadas era transmitida por outra, mas ao mesmo tempo será "exótico" acompanhar os jogos deste canal que provou que tem o mínimo de condições para exibir.

Não vou negar, gostei do Bobsled, Hóquei no Gelo, Salto de Esqui, Patinação Artística, muito bonito por sinal e o Curling, que até arriscaria praticar, se aqui nevasse, dã, rs. As modalidades são curiosas e interessantes, mas é justamente neste ponto em que quero chegar.

O curling é a "bocha sobre gelo", em que o objetivo é que a pedra pare dentro de um alvo no final da pista - Fonte: R7.com; Foto: Divulgação/Vancouver2010.com

A Record acha que pelo fato de que parte dos brasileiros se encantaram com os jogos de inverno, podem aderir algumas modalidades ou tornar mania nacional. Esportes assim só poderão ser praticados aqui no Brasil em locais fechados e refrigerados, logicamente. Acho que não vai passar disso, um encanto. Os esportes influenciam muito as crianças e jovens. Eu faço a seguinte comparação: uma criança da periferia e uma criança rica. A criança da periferia assistindo os jogos de inverno pode até, no máximo, despertar curiosidade daquilo, mas praticar aquela modalidade será inviável. Não tem como praticar se não tem gelo. Já a criança rica, assistindo a transmissão, se os pais possuírem de uma excelente condição financeira, pode pedir para viajar para um lugar que tenha gelo, começar a dar os primeiros passos em um esporte de inverno e ,se quiser, quando mais jovem, pode bancar uma moradia neste lugar e se consagrar atleta olímpico, talvez, quem sabe. Lembrando que estas são apenas hipóteses.

Tentar pôr em prática essa ideia no Brasil não vai dar certo. Poucos terão acesso a prática desses esportes. Somos e sempre seremos um país tropical, com predominância do calor em quase todo o ano. Mas tem dias que o calor é forte demais, tá mais do que na hora de cair uma chuvinha, rs.