Paixão.
Todos nós temos. É uma vocação que carregamos conosco, surgida em alguma fase
da nossa vida. Podemos descobrir mais cedo ou mais tarde. Ferramenta útil para
fazer esse globo abarrotado de seres interdependentes funcionar. Relação mútua.
Existem indivíduos que tem paixão por matemática. Outros, por literatura.
Alguns, por ensinar. Dirigir, cozinhar, varrer, música, militar, cuidar,
ajudar, proteger, biologia, sociologia, filosofia, história, psicologia, advogar,
costurar, escrever, construir, administrar, física, química, política, pessoas.
Muitas reticências.
Regra
principal é saber dar valor. Por mais que a paixão não seja devidamente
reconhecida, o fato de ela já existir é motivo para sentirmo-nos úteis. Aguardando
pelo momento certo. Tal como um embrião, que precisa de outro fator para se
concretizar. Capacidade. Mostre sua paixão aos outros e de que forma ela pode ser
útil aos demais. Não importa qual seja.
Se
for limpar as calçadas e ruas da cidade, irá evitar possíveis transtornos
pós-chuva. Obrigado! Se for discutir sobre as diversas manifestações literárias
e de que modo elas podem influenciar outras gerações, irá ampliar conceitos e novos
pontos de vista. Obrigado! Se for especializado em medicina, irá ajudar a prevenir
doenças e/ou amenizar algum sofrimento mediante intervenção cirúrgica.
Obrigado! Se a vocação é a docência, irá preparar novos cidadãos aplicando-lhes
conhecimento necessário para a vida. Obrigado!
Motoristas,
psicólogos, cozinheiros, farmacêuticos, jornalistas, vendedores, garçons,
engenheiros, advogados, porteiros, técnicos em informática, enfermeiros,
costureiros, professores e muitos outros. Obrigado!
Minha
paixão não é reconhecida. Tenho ânsia para que o contrário aconteça.
Entretanto, compreendo que nem todos a veem da mesma maneira. E é justamente
isso que a faz especial, como qualquer uma dessas citadas. E, aliado a essa
paixão, tenho mais uma. Permitam-me ser um porta-voz. Apesar da aparente
reclusão, comunicar é meu dom. São elas: ônibus e comunicação.
A
ânsia surge novamente quando estou diante de um acontecimento inesperado.
Alguns exemplos: Anúncio de novas
linhas. Protesto fecha terminal. Novos ônibus começam a circular. Surge uma
incontrolável agonia de disseminar a informação. Por vezes, até o celular não é
o suficiente. Ligação ocupada, não atendem e outros imprevistos. Um aparelho
qualquer com acesso à internet seria útil naquele momento, mas condições
adversas não permitem. O jeito é trabalhar a espera.
Paremos
para pensar o quão importante é o sistema de transporte. Sem ele não haveria
desenvolvimento. Proporciona até mesmo encontros, antes distantes. Alivia as
ruas, avenidas e o ar. Os gestores correm atrás de eficiência para conquistar
confiança, mas não existe um canal de comunicação de fato estabelecido. Deixe
para quem entende do assunto, assim como deixamos outros para várias pessoas
que entendem.
Enquanto
permanecer despercebido, ganha-se uma virtude. A Paciência. Tentemos exercê-la
para o ápice. Válido para todos que possuem uma paixão.
às 03h04min
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